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O padrão de mortalidade dos usuários da Saúde Suplementar

Introdução:

Todo sistema de saúde, basicamente, objetiva melhorar a saúde da população e prolongar a expectativa de vida, os demais objetivos são definidos pelos valores e expectativas predominantes em cada sociedade (Fernandes et al, 2007). No Brasil, por meio do artigo 196 da Constituição Federal, tem-se a garantia da saúde como um direito do cidadão e um dever do estado. Este direito é exercido por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo um sistema público que tem por princípios a universalidade, a integralidade e a equidade do acesso aos serviços de saúde (Paim et al, 2011).

No entanto, apesar da garantia constitucional e dos avanços desde sua implementação na década de 90, o SUS não consegue prover atenção à saúde de maneira satisfatória para a população (CFM, 2015). Esta insatisfação gera uma demanda de consumo de serviços de saúde que é atendida no sistema privado, denominado saúde suplementar (SS) (Ziroldo et al, 2013).

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Desigualdade e câncer no Brasil, investimento, capacidade instalada, capacitação profissional e desenvolvimento social: Uma análise comparativa dos fatores relacionados aos diferentes desfechos por câncer nos 26 estados e o Distrito Federal do país *

Introdução:

A incidência e mortalidade por câncer vem aumentando em todo o mundo e tem causa multifatorial. Estas variáveis são influenciadas por fatores como envelhecimento populacional, hábitos de vida e qualidade e acesso ao sistema de saúde. O presente estudo avaliou o impacto e discrepâncias das variáveis socioeconômicas, assistenciais, capacidade médica instalada, educacionais na incidência, mortalidade e letalidade por câncer nos 26 estados e Distrito Federal do Brasil.

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Proporção da utilização de radioterapia no tratamento oncológico dos pacientes atendidos no SUS

Introdução:

A radioterapia, ou terapia com radiação ionizante, é um método terapêutico que consiste da utilização de radiações ionizantes para danificar o DNA das células, e dessa forma, destruí-las ou impedir seu crescimento. Na oncologia, é amplamente empregada com a finalidade de extinguir o tumor ou impedir o seu crescimento (Ahmad et al., 2012). Trata-se de uma terapia segura, apesar de seus efeitos colaterais, e é considerado um dos tratamentos mais custo-efetivos disponíveis atualmente (Ahmad et al., 2012; Atun et al, 2015).

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Trajetória da incidência e mortalidade das neoplasias hematológicas no Brasil

As neoplasias hematológicas (NH) constituem uma categoria de cânceres que se originam a partir de células hematopoiéticas (Batista et al, 2017). Clinicamente as NH podem ser classificadas como leucemias, linfomas, mieloma múltiplo e neoplasias de plasmócitos (MM) e as síndromes mielodisplásicas (SMD) (Rodriguez-Abreu et al., 2007; Batista et al., 2016). Contudo, a principal classificação é baseada nos tipos celulares que são primariamente afetadas em cada grupo. As neoplasias originadas a partir de células da medula óssea são denominadas neoplasias mieloides, neste grupo encontram- se as leucemias mieloides aguda (LMA) e crônica (LMC) e as SMD. Já as derivadas do sistema linfático são denominadas neoplasias linfoides e compreendem o linfoma de Hodgkin (LH), linfoma não- Hodgkin (LNH) e as leucemias linfocíticas aguda (LLA) e crônica (LLC), além do MM (Swerdlow et al., 2008).

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Câncer antes dos 50: como os dados podem ajudar nas políticas de prevenção?

Introdução:

No Brasil, estima-se que em 2018 tenham incididos 634.880 casos de câncer (INCA, 2017). Em 2017, as neoplasias malignas foram responsáveis por 221.821 óbitos, sendo a segunda causa de mortalidade do país, atrás apenas das doenças cardiovasculares (DATASUS, 2019). Em virtude desta grande incidência e mortalidade na população brasileira, ações que visem o controle e a redução do impacto do câncer sobre a população são de grande interesse da saúde pública.

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RT-PCR: o cenário brasileiro deste exame indispensável para o tratamento da Leucemia Mieloide Crônica

Tão importante quanto seguir o protocolo medicamentoso, o monitoramento através do RT-PCR quantitativo é fundamental para se alcançar os melhores desfechos no tratamento da Leucemia Mieloide Crônica (LMC). O teste de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real, ou simplesmente PCR, é um teste molecular extremamente sensível que mede, no sangue ou na medula óssea, a quantidade do gene causador do câncer BCR-ABL (translocação de gene que forma o Cromossomo Philadelphia).

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Epidemiologia do Mieloma Múltiplo e distúrbios relacionados no Brasil

Introdução:

Os plasmócitos são células diferenciadas a partir dos linfócitos B e especializadas na produção de anticorpos. Estas células desenvolvem-se nos órgãos linfoides e nos sítios da resposta imune, todavia alguns deles podem migrar para a medula óssea e secretar anticorpos por longos períodos de tempo, mesmo após o fim da resposta imune da qual se originaram (Nutt et al., 2015).

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O consumo abusivo de álcool e a incidência do câncer

Introdução:

O consumo de bebidas alcoólicas é comum na rotina de grande parcela da população, além de ser um hábito socialmente aceito. No entanto, o consumo contínuo do álcool, principalmente em grandes quantidades, está associado há vários problemas de saúde, dentre eles o câncer (Seitz, 2017). Diversos estudos mostram que o consumo de álcool é um fator de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer, em especial, os cânceres do aparelho gastrointestinal (Vanella et al, 2019). Contudo, alguns estudos indicam que o álcool também é fator de risco para o câncer de pulmão e mama (Chen et al, 2011; Alvarez-Avellón et al, 2017; Connor, 2017).

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O padrão da mortalidade por câncer nas regiões brasileiras

Após décadas de aumentos constantes, as taxas de mortalidade por câncer passaram a mostrar tendência de declínio nos últimos anos em vários países desenvolvidos como os Estados Unidos e a maior parte da Europa Ocidental. Por outro lado, em decorrência da constante queda da mortalidade por doenças cardiovasculares observada em várias partes do mundo, o câncer já assumiu o papel de principal causa de morte em alguns países. O Brasil segue esta tendência e, daqui a uma década, em 2029, se as políticas nacionais de prevenção não forem aprimoradas e devidamente aplicadas, o câncer passará a ser a primeira causa de morte em nosso país (1).

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Exposição ao tabagismo e câncer de pulmão no Brasil

O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas. Atualmente mais de um bilhão de pessoas são fumantes no mundo e na década de 2030 estima-se que esse total poderá chegar a dois bilhões. A maioria destes fumantes estará nos países em desenvolvimento (1). O impacto sobre a saúde decorrente do uso do tabaco é bem conhecido: responsável por 90% dos tumores pulmonares, 75% das bronquites crônicas, 25% das doenças isquêmicas do coração (2).

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