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Infecção por Citomegalovírus em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea no Brasil na última década: uma análise descritiva

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Introdução

O citomegalovírus (CMV) é um dos principais patógenos oportunistas em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). Devido à necessidade de suprimir o sistema imunológico para a realização do transplante, o paciente se torna alvo fácil para essas infecções oportunistas nas próprias instituições de saúde, enquanto seguem internados na recuperação do procedimento.

O objetivo do presente resumo foi realizar uma análise descritiva das informações sociodemográficas e clínicas de pacientes notificados com Citomegalovírus após o transplante de medula óssea.

Metodologia

Foram coletados dados públicos da base do Sistema de Informação de Hospitalização (SIH) do Ministério da Saúde quanto ao diagnóstico secundário para o Citomegalovírus (CID-10 B25) entre os procedimentos de “Transplante alogênico e autólogo de medula óssea”, “Acompanhamento do transplante alogênico e autólogo de medula óssea” e “Tratamento de intercorrências após transplante alogênico e autólogo de medula óssea”, entre os anos de 2015 e 2024.

A partir disso, o banco de dados foi limpo e organizado usando o software estatístico R e os resultados, descritos por frequências absolutas (n) e relativas (%).

Resultados

Foram contabilizados 450 registros de internações hospitalares para o CMV como diagnóstico secundário após a realização do TMO na última década. A análise sociodemográfica dos pacientes revela que a maioria é do sexo masculino, representando 65,8% do total, enquanto 34,2% são do sexo feminino. A distribuição etária mostra que quase metade dos pacientes (48,2%) está na faixa de 0 a 19 anos, seguida por 35,1% na faixa de 20 a 49 anos, e 16,4% têm entre 50 e 69 anos.

Em relação à raça/cor, a maior parte dos pacientes se autodeclarou branca (78,1%), enquanto 21,9% se identificaram como negros.

Do ponto de vista clínico, observou-se que 98,2% dos pacientes não evoluíram para óbito durante a internação, enquanto 1,8% vieram a óbito. Já quanto ao tempo de permanência internado, a maioria das internações (58,0%) durou entre 11 e 20 dias, seguidas por 23,6% com duração superior a 20 dias e 18,4% com até 10 dias de internação. A utilização de UTI foi rara entre os casos analisados: apenas 1,1% dos pacientes fizeram uso desse recurso.

Os diagnósticos principais que motivaram as internações para TMO incluíram leucemias agudas (50%). Houve ainda casos pontuais de síndrome mielodisplásica (17,6%), e doença de Hodgkin (8,8%).

 

Conclusão

Os dados revelam um perfil majoritariamente jovem, masculino e branco entre os pacientes internados. A maioria teve permanência hospitalar entre 11 e 20 dias, sem necessidade de UTI. Apesar da baixa letalidade, é importante que medidas de contenção da infecção por esse e outros patógenos sejam rigorosamente aplicadas para reduzir a infecção dos pacientes transplantados.

 

*Resumo publicado nos Anais do Congresso SBTMO 2025 – https://jbmtct.sbtmo.org.br/jbmtct/issue/view/24/26

 

Realização 

Apoio



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