No Brasil, as neoplasias são a segunda principal causa de morte, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Em 2013, o país registrou 1.210.474 óbitos, sendo que as neoplasias (malignas, benignas ou de comportamento incerto) foram responsáveis por 16,3%, totalizando 196.954 óbitos. Em 2008, as neoplasias correspondiam a 15,57% dos óbitos (1).
Para piorar o cenário, o número de óbitos por neoplasias vem crescendo com uma taxa média de crescimento de 3,3% ao ano entre 2008 e 2013. Se por um lado é fato que o total de óbitos de cada uma das três principais causas de morte no Brasil (doenças do aparelho circulatório, neoplasias e causas externas) vem aumentando, por outro, nota-se que este aumento é consideravelmente mais acentuado para as neoplasias, o que amplia a sua importância entre os óbitos ao longo do tempo.
Fonte de Informações
As informações de óbitos são obtidas através do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, sistema que registra informação de todos os óbitos ocorridos no país. Os dados mais recentes disponíveis são do ano de 2013. A grande defasagem de tempo para publicação dos dados oficiais ocorre, provavelmente, devido ao trabalho dos serviços de saúde públicos e privados de melhoria da qualidade da informação, atuando na investigação das causas mal definidas, dos óbitos infantis e fetais e dos óbitos de mulheres em idade fértil, segundo determina a legislação (Portaria GM/MS nº 72/2010) (2).
Vale ressaltar que os óbitos registrados no SIM são baseados no atestado de óbito, que entre outras informações, aponta a causa básica do óbito, ou seja, o evento que desencadeou as consequências que levaram ao óbito. Assim, a contagem do número de óbitos é feita em cima de óbitos por neoplasias, e não de pessoas que morreram com neoplasias. Embora esta diferença pareça sutil, são abordagens completamente distintas do ponto de vista de saúde pública.
Fonte dos dados:
1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Disponível on-line em: <http://www2.datasus.gov.br/>.
Notas:
1. Para o cálculo, consideram-se todos os agrupamentos de neoplasias incluídos no Capítulo II da 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID10), a saber: C00-C97 Neoplasias malignas; D00-D09 Neoplasias in situ; D10-D36 Neoplasias benignas; e, D37-D48 Neoplasias de comportamento incerto ou desconhecido.
2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria GM/MS nº 72, de 11 de janeiro de 2010. Disponível on-line em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0072_11_01_2010.html>.