O câncer ósseo é relativamente raro. Quando o câncer começa no tecido ósseo, ele é chamado de câncer primário do osso; e quando ele se inicia em outro órgão e atinge posteriormente os ossos, pela corrente sanguínea, é conhecido como câncer metastático para o osso. Os tumores ósseos malignos também podem se desenvolver em lesões benignas prévias e, neste caso, são chamados de cânceres secundários (1).
Incidência: os tumores ósseos representam menos do que 0,2% de todos os cânceres.
Em adultos, mais de 40% dos tumores ósseos são condrossarcomas, seguido por osteossarcoma (28%), cordomas (10%), tumores de Ewing (8%) histiocitoma fibroso maligno e fibrossarcoma (4%). O restante dos casos são tipos raros de tumores ósseos. Em crianças e adolescentes (até 20 anos), o osteossarcoma (56%) e o tumor de Ewing (34%) são muito mais comuns do que o condrossarcoma (6%) (2).
As opções de tratamento para o tumor ósseo vão depender do tipo, do estádio em que ele se encontra, das condições gerais de saúde do paciente e da preferência dele. Os tratamentos dos tumores ósseos podem envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação delas.
O objetivo da cirurgia é a remoção de todo o tumor, com uma margem de segurança que permita assegurar que não sobrem células cancerígenas. Quando o tumor atinge os braços e pernas as cirurgia pode ser de amputação, de salvamento de membros ou reconstrutora. Quando o tumor atinge outras áreas o tratamento pode envolver curetagem, criocirurgia* e radioterapia (3).
Se um membro é amputado, o paciente deve aprender a viver com uma prótese. Isto pode ser particularmente difícil para crianças em fase de crescimento, quando a prótese precisa ser trocada periodicamente, de modo a acompanhar seu crescimento.
O termo ?OPM? refere-se a Órteses, Próteses e Materiais especiais:
Próteses têm a função de substituir a função de partes do corpo, como, por exemplo, a prótese de quadril (substitui uma articulação), a prótese auditiva (substitui a função auditiva); Órteses, por sua vez, têm a função de auxiliar a função de partes do corpo, como, por exemplo, o aparelho de marca-passo, que auxilia e complementa a função cardíaca através de impulsos elétricos; e Materiais de síntese podem ser definidos, a grosso modo, como materiais especiais que são usados para aproximar estruturas orgânicas (tecidos e ossos), dentre os quais podemos destacar placas, pinos, parafusos, hastes, entre outros.
Em relação as OPM para câncer ósseo, entre 2008 e 2016 é possível verificar uma queda de 54,6% na quantidade apresentada. A mudança no paradigma do uso de OPM no SUS fica nítido quando em 2008, 54,1% das OPM eram para gastrenterologia (bolsas e placas para ostomias) e em 2016 verificamos que 93,3% das OPM foram ortopédicas e auxiliares de locomoção.
Em maiores detalhes, no ano de 2016, 57,6% das OPM foram ortopédicas (ex: cintas, coletes e órteses imoblizadoras) e 35,7% foram auxiliares de locomoção (ex: cadeiras de rodas, andadores e bengalas). Os jovens de 0 a 18 anos apresentaram um maior consumo de OPM auxiliares de locomoção, enquanto os adultos 30 a 59 anos consomem maiores quantidades de OPM ortopédicas. Em relação a faixa etária, os jovens de 0 a 18 anos foram responsáveis pelo consumo de 23,42% de OPM, enquanto os adultos de 30 a 59 anos representaram quase 50% do total. Embora a distribuição de OPM ainda se concentre nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, entre 2008 e 2016 é possível verificar um discreto aumento em sua dispersão.
Fonte dos dados:
SIA – Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS | Atualizado em Abril de 2017
Referências:
1. GOMES, Andreia Macedo et al. Osteossarcoma de fêmur distal com fratura de endoprótese não convencional: revisão de literatura e relato de caso. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online. dec. 2010.
2. American Cancer Society. About Bone Cancer. Disponível: <https://www.cancer.org/cancer/bone-cancer/about/key-statistics.html>
3. American Cancer Society. Treating Bone Cancer. Disponível em: <https://www.cancer.org/cancer/bone-cancer/treating/surgery.html>
Nota:
Procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS). *Método cirúrgico que utiliza gases em baixas temperaturas, ex: nitrogênio, para destruir lesões.