Nos últimos anos, os hábitos dos brasileiros têm impactado cada vez mais no crescimento da obesidade e, consequentemente, no aumento de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão e, até mesmo, o câncer. Segundo dados do VIGITEL 2016, que entrevistou 53.210 pessoas com mais de 18 anos, entre fevereiro e março, mais da metade da população está com o peso acima do recomendado e 18,9% dos brasileiros estão obesos.
O que é excesso de peso? O índice de massa corpórea, IMC, além de classificar o indivíduo com relação ao peso, também é um indicador de risco para a saúde e tem relação com várias complicações metabólicas.
– Considera-se excesso de peso = IMC igual ou maior que 25kg/m²
O excesso de peso cresceu 26,3% em 10 anos, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016.
– Considera-se obesidade = IMC igual ou maior que 30kg/m²
A obesidade cresceu 60% em 10 anos, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016.
Ainda segundo o VIGITEL 2016, a prevalência de obesidade duplica a partir dos 25 anos e é maior entre os que tem menos escolaridade.
Mas o que tudo isso pode contribuir para o desenvolvimento do câncer?
A obesidade tem sido cada vez mais associada ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, estando relacionada a 10% de todas as mortes oncológicas em não fumantes e presente em, aproximadamente, 14% de todas as mortes por câncer em homens e 20% em mulheres. O percentual de ocorrência de câncer relacionado ao sobrepeso e obesidade depende do órgão acometido pelo tumor, destacando-se as neoplasias de cólon e reto, mama, endométrio, esôfago, vesícula biliar, pâncreas, rins, próstata, colo uterino e ovários e, em menor proporção, linfoma não-Hodking, mieloma múltiplo, estômago e fígado. Em números, a obesidade pode estar presente em 40% a 50% dos casos de câncer de endométrio e esôfago, 20% a 30% das neoplasias renais e até 50% dos casos de mama pós menopausa.
Contudo, a atividade física reduz o risco de doenças crônicas e, consequentemente, a taxa de mortalidade por qualquer causa, independente do grau de excesso de peso. Porém, especificamente em relação às neoplasias, o benefício da atividade física reduz o risco em 20% a 40% para cólon, endométrio e mama.
Fonte dos dados:
VIGITEL BRASIL 2016 ? MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível online em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/abril/17/Vigitel.pdf>
Referências:
FERRAZ, Á. A. B., & DE SIQUEIRA, L. T. Obesidade e Câncer. Anais do Gastrão 2015 p.001